sexta-feira, 24 de junho de 2011

Verdades, Finais e Leis de Newton.

Ainda guardo o primeiro Aurélio que ganhei; dado pelo meu pai, quando eu tinha uns oito anos de idade. A espessura do livro me assustava, mas ele foi bastante útil nas primeiras leituras; a definição que apresentava para as palavras era para mim a exata: nada mais, nada menos. Daí pra cá passaram-se alguns (poucos) anos, páginas e experiências e minha opinião quanto aos dicionários acabou mudando. Não que eu duvide que eles estejam certos, mas ‘certo’ é diferente de ‘completo’. Esse ‘completo’ é bem pessoal, eu diria. Nós acrescentamos significados às palavras conforme convivemos com o que elas expressam.’Verdade”, por exemplo, está dicionarizada assim:

VER-DA-DE sf. 1. Conformidade com o real  2. Coisa verdadeira  3. Princípio certo.

É, verdade é isso. Mas não só.

Há quem acredite que existem verdades absolutas, enquanto outros dizem que elas são sempre relativas; minha opinião quanto à isso varia, mas de uma coisa tenho certeza: às vezes, a verdade significa ‘algo que machuca’. Esse tipo de verdade é difícil de ser dito; machuca quem ouve, machuca quem guarda e até quem diz. Mas, vez por outra, você acaba tendo que falar, porque sabe que existe, pelo menos, uma pessoa que tem o direito de saber. Então você faz isso. Por ela.

Pontos finais também machucam.

Pontos finais combinados à verdades difíceis machucam ainda mais.

Mas você faz isso.

Por ela.

É extremamente bom quando essa pessoa reconhece o que tu fizestes. Mas isso nem sempre – quase nunca – acontece. Quando se é ferido, quere-se ferir também. É instintivo. Terceira Lei de Newton.

Então tua verdade é retribuída com uma mentira. Nova ou velha, não importa: uma mentira é sempre uma mentira.

E isso é como levar um puta soco no estômago, daqueles que nos fazem cair no chão e ficar sem ar.

Talvez tu não te  levantes.

Talvez tu não queiras te levantar.

Ou talvez ainda tu queiras revidar.

Xingar.

Quebrar.

E isso vai virar um jogo; um ciclo vicioso no qual vocês estarão presos até… até que alguém canse. Mas o orgulho nem sempre deixa que esse momento chegue. Não a um intervalo de tempo ‘saudável’, pelo menos.

Não, não revide. Pelo contrário: desafie as Leis da Física.

Há certas ações que não merecem reação.

 

Forgive.

Forget.

And go on.

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